07 outubro, 2010

DIAGNOSTICANDO O CÂNCER: LIPOMATOSE MAL DE DERCUM

Em meados de abril de 2006, Bruna foi para casa de seus avós enquanto sua mãe ia à igreja. No retorno de Adriana, a mesma notou que entre as crianças ali brincando só Bruna não estava presente. 

Entrou correndo na casa e deparou-se com a filha chorando muito no sofá e se retorcendo de dores nas costas. Levada ao hospital, os médicos diziam que poderiam ser dores musculares, pois como Bruna havia andado de bicicleta, corrido e andado de patins, poderia ter tido uma sobrecarga mais acentuada. 
Desta vez Adriana desconfiou do prognóstico: como brincadeiras de crianças poderiam lhe causar tamanha dor? Ainda assim acabou respeitando a opinião do profissional porque nada de mais grave em seu raciocínio poderia acontecer com crianças em sua idade. 

Após 3 dias, Adriana notou que na região lombar de Bruna apareceu uma protuberância. Mais uma vez foi ao hospital e passaram direto para o ortopedista. Esta desta vez foi mais sensato no prognóstico. Descartou inflamação muscular, mas colocou a possibilidade de Neoplasia. Solicitou a realização de ressonância. 

Adriana relata que a luta começou com todos os obstáculos possíveis. O convênio não autorizava o exame. Decidiram interná-la até autorizar e havia uma corrida contra o tempo, pois Bruna foi motivo de falsos diagnósticos neste período. Não se sabia ao certo se era algo em relação ao convênio... Desta forma, instruíram Adriana a levar Bruna ao Psiquiatra, pois poderia ser algo “psicológico”. Por não obter nada de concreto, Adriana tentava qualquer coisa que lhe pediam. 

Finalmente, conseguiram fazer o exame fora do convênio, e ali foi notada uma massa disforme onde constatou-se LIPOMENINGOCELE, uma espécie de Lipoma alojada em sua medula. Diante de tantas idas e vindas, Adriana estava agradecida a Deus por pelo menos terem pré-diagnóstico.

A rotina hospitalar passou a ser bem frequente, e entre uma ocorrência e outra, Adriana conversou com um Oncologista e mostrou os exames que carregava, esperando apenas ser receitado um analgésico mais potente, já que as dores estavam cada vez mais intensas. 

Neste dia e desta forma, Adriana sentiu os seus pés sem apoio, literalmente sem chão. O oncologista chamou outro médico e notaram que não havia apenas uma massa, mas sim outros lipomas. Eles “tranquilizaram" Adriana dizendo que Bruna tinha “sorte” de ter os lipomas naquela região, pois se fosse no abdômen nada poderia ser feito. 

Adriana sentiu a visão escurecer, sentiu as mãos geladas. 
Como assim sorte?

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